A medida dos avós
Nesta geração em que os avós são
tanto ou mais cuidadores do que os pais - fazem o percurso de e para a escola,
dão banho, vestem, fazem o jantar, ajudam nos TPC e que, muitas das vezes,
cuidam também aos fins de semana – assumem um papel no desenvolvimento e
educação da criança.
O amor é desmedido, o tempo é
largamente superior ao que tinham quando foram pais, e a tolerância tende a ser
proporcional a esse tempo. E falando em proporcionalidade, a exigência; as
regras; a disciplina, no fundo, também entra num registo de proporção – mas
desta vez inversa à quantidade de tempo e de tolerância. Que é como quem diz:
amor acrescido, tolerância aumentada, regras diminuídas.
A grande verdade é que os
pequenos também precisam de algum espaço de tolerância zero, em que as regras
de trânsito da disciplina, funcionam assim como se o polícia sinaleiro
estivesse de serviço mas em modo adormecido, aqui e ali… O que depois define
entre pequena transgressão e crime maior é, em primeiro lugar: a dose deste
espaço (espaço “tolerância zero”, entenda-se).
Se a casa dos avós é como um
hotel de 5 estrelas, super luxo – aqueles em que só vamos esporadicamente – a
guarda estar em fraca vigilância é bem vinda. Se, pelo contrário, a estadia é
de caracter quase permanente, então impõe-se um código de conduta mais claro,
daqueles que dão o conforto às crianças de saberem com o que podem contar; para
poderem ajustar as expectativas de como serão as reações dos adultos às suas
investidas em delitos.
A segunda regra de ouro para que
esta “tolerância zero” possa ser saudável (sem qualquer intenção de priorizar a
importância de cada uma em relação à outra), é que nunca os avós se imponham
aos pais e cometam atentados fatais à autoridade destes últimos, e muito menos!
na presença dos pequenos.
Para que o desenvolvimento possa
ser equilibrado e saudável, é importante a disciplina e o amor, a autoridade e
o mimo, o aconchego e o ralhete. E é tudo isso na medida certa que presta um
grande auxílio a um desenvolvimento emocional harmonioso. Então para que haja
um espaço positivo à “tolerância zero” é importante que co-habite com uma
parentalidade firme, coerente e consistente e que, se alguma dúvida restar em
qualquer circunstância, a criança possa ser recordada sobre de quem é a última
palavra, sem sentir que isso é matéria ainda não decidida pelo grupo dos
adultos.
Alexandra Silva Nunes
Psicóloga
/ Psicoterapeuta
Cédula
Profissional nº 3347
PSICOLOGIA 4 A L L
Amora
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