quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A medida dos avós

A medida dos avós

Nesta geração em que os avós são tanto ou mais cuidadores do que os pais - fazem o percurso de e para a escola, dão banho, vestem, fazem o jantar, ajudam nos TPC e que, muitas das vezes, cuidam também aos fins de semana – assumem um papel no desenvolvimento e educação da criança.
O amor é desmedido, o tempo é largamente superior ao que tinham quando foram pais, e a tolerância tende a ser proporcional a esse tempo. E falando em proporcionalidade, a exigência; as regras; a disciplina, no fundo, também entra num registo de proporção – mas desta vez inversa à quantidade de tempo e de tolerância. Que é como quem diz: amor acrescido, tolerância aumentada, regras diminuídas.
A grande verdade é que os pequenos também precisam de algum espaço de tolerância zero, em que as regras de trânsito da disciplina, funcionam assim como se o polícia sinaleiro estivesse de serviço mas em modo adormecido, aqui e ali… O que depois define entre pequena transgressão e crime maior é, em primeiro lugar: a dose deste espaço (espaço “tolerância zero”, entenda-se).
Se a casa dos avós é como um hotel de 5 estrelas, super luxo – aqueles em que só vamos esporadicamente – a guarda estar em fraca vigilância é bem vinda. Se, pelo contrário, a estadia é de caracter quase permanente, então impõe-se um código de conduta mais claro, daqueles que dão o conforto às crianças de saberem com o que podem contar; para poderem ajustar as expectativas de como serão as reações dos adultos às suas investidas em delitos.
A segunda regra de ouro para que esta “tolerância zero” possa ser saudável (sem qualquer intenção de priorizar a importância de cada uma em relação à outra), é que nunca os avós se imponham aos pais e cometam atentados fatais à autoridade destes últimos, e muito menos! na presença dos pequenos.
Para que o desenvolvimento possa ser equilibrado e saudável, é importante a disciplina e o amor, a autoridade e o mimo, o aconchego e o ralhete. E é tudo isso na medida certa que presta um grande auxílio a um desenvolvimento emocional harmonioso. Então para que haja um espaço positivo à “tolerância zero” é importante que co-habite com uma parentalidade firme, coerente e consistente e que, se alguma dúvida restar em qualquer circunstância, a criança possa ser recordada sobre de quem é a última palavra, sem sentir que isso é matéria ainda não decidida pelo grupo dos adultos.

Alexandra Silva Nunes
Psicóloga / Psicoterapeuta
Cédula Profissional nº 3347

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